Vigilantes noturnos

Meu pai trabalhava como vigilante em um prédio no Centro da cidade, o que consistia em algumas vezes, junto com mais dois vigilantes, fazer rondas noturnas, pois era um prédio que lidava com valores e, portanto, necessitava de constante vigilância.

Ocorre que eles sempre relatavam que de vez em quando o elevador era chamado para os andares mais altos do prédio, sem que houvesse mais alguém trabalhando e na maioria das vezes isto acontecia de madrugada.

Um dia meu pai ao passar por uma dessas rondas, estava passando por uma sala e esta sala era comprida e ele sentiu nitidamente alguns tapinhas em suas costas e ele ao virar, não tinha absolutamente nada atrás dele. Ele disse que ficou todo arrepiado, falou que era como se uma mão tivesse dado alguns tapas em suas costas.

Outros vigilantes já haviam relatado que ouviam barulho de passos pelas escadas e que as vezes um ou outro relatava também que em suas rondas noturnas ouvia barulho de risadas e vozes, mas ao chegarem mais perto, tudo ficava em silêncio. Mas sentiam os pêlos do corpo todos arrepiados. Um dia um deles chegou dizendo que havia levado uma leve mordida e ao verem sua mão estava com marcas parecidas com dentes.

Dois deles falaram que um dia estavam conversando durante a noite e viram uma mulher sair de um corredor e entrar pelas escadas e começar a subir as escadas, mas não tiveram coragem de ir conferir. Apesar de preparados e armados, não estavam preparados para o sobrenatural, ficavam morrendo de medo.

Mas um dia colocaram um outro vigilante que meu pai dizia que era cheio de marra e todo metido a corajoso, então ele estava verificando um dos últimos andares do prédio sozinho, quando ao sair de uma sala e entrar em outra, levou um grampeador na testa tão forte que seus óculos pularam e foram parar debaixo de uma mesa e ainda por cima uma das lentes havia quebrado. Após isto ele ficou mais humilde.


Aristeu - RJ - Rio de Janeiro