Um vulto numa noite de tempestade

Bom minha história pode não ser tão horripilante para os outros, mas pra mim foi muito marcante, tanto que toda vez que eu conto até fico arrepiado.

Eu e minha família morávamos num andar de um sobrado enorme na Rua Capitão Macedo no bairro Vila Mariana. Num sobrado muito grande, onde moravam uma família no térreo, uma outra numa casa no fundo e a minha no andar de cima.

Eu tinha uns 07 anos na época e meu quarto era enorme, eu morria de medo de dormir naquela escuridão, tanto que meu pai colocava sempre uma lâmpada azul na tomada para eu não ficar totalmente no escuro. Meus pais dormiam num quarto maior junto com a minha irmãzinha que na época deveria ter 03 anos, tanto que ela dormia num berço.

Essa casa sempre fazia uns barulhos estranhos ora na cozinha ora nas escadas, como se alguém tivesse pisando nelas. Até aí tudo bem, nada de excepcional. Mas teve uma noite que estava ocorrendo uma tempestade com muita trovoadas fortes. Meu pai sabia que eu me borrava de medo com trovão. Tanto que ele me convidou para dormir no quarto dele, onde eu fui para o berço da minha irmã e ela foi dormir na cama deles.

Lembro que estava dormindo num sono pesado quando um reflexo de um relâmpago me acordou, e quando olho para frente vejo um vulto na minha frente, com cabelos longos e cheios passando do ombro. Imediatamente olho para o lado onde está a minha família, pensando que fosse minha mãe, mas não era pois a mesma estava dormindo bem do meu lado. Olho novamente para a minha frente e esse vulto esta na frente do berço, olhando para mim. Só sei que naquele momento eu nem sabia rezar direito, fechei os olhos e comecei a rezar uma metade de um pai nosso e uma metade de uma ave Maria para que aquela coisa sumisse da minha frente, pois eu estava tremulo e com a voz engasgada para soltar um grito. Só sei que depois de rezar ao abrir os olhos aquela figura sombria tinha sumido.

Nunca esqueci esse fato, pois ficou na minha memória gravada como se fosse ontem. Era um vulto que lembrava uma bruxa, a forma do cabelo, mas graças a deus nunca vi seu rosto. Sei que foi verdade, não fruto da minha imaginação, pois outras coisas estranhas já tinham acontecido comigo, pois dizem que as crianças até uma certa idade possui vidência, enxergam os mortos.......


Bruno - SP - São Paulo