Terror no galpão do sítio

Vou contar esse fato que aconteceu comigo anos atrás, e que até hoje me dá arrepios só de pensar.

Um tio meu tinha um sítio em uma cidade afastada no interior de São Paulo.

Lá tinham dois Rottweilers, que eram os "guardiões" do lugar. Um se chamava Titã e o outro Thor, e eles eram enormes e bravos com estranhos, menos comigo que os conhecia desde pequeninos, então ficavam até alegres quando eu ia lá.

Nas minhas férias, de vez em quando eu ia para esse sítio, pois era um lugar muito legal e tranqüilo.

Nesse sítio, tinha um Galpão no fundo, que era bem antigo, inclusive datando do século XIX.

Quando fui passar as férias daquele ano no sítio, eu como sempre, dava umas voltas pelo lugar, e sempre achava sombrio aquele galpão quando eu passava perto, o qual era grande, escuro e com aparência de mal assombrado.

Um dia eu entrei no galpão para dar uma olhada. Lá dentro tinha muitos equipamentos antigos de sítio, como celas, enxadas, foices, cordas, etc...

Tudo aquilo era bem velho mesmo, mas o que mais chamava a atenção era o andar de cima que era escuro, e pelo motivo do galpão ser grande, dava um ar mais sombrio ainda.

No canto, tinha uma escada de madeira que levava para essa parte de cima.

Mas o mais intrigante aconteceu quando eu estava andando olhando as coisas antigas no meio do galpão, na parte de baixo. Foi quando escutei uma voz que vinha da parte de cima, parece que chamando alguém ou gemendo, não deu para perceber direito.

Como não tinha ninguém mais por lá quando cheguei, e nem tão pouco por perto, achei estranho, mas mesmo assim perguntei em voz alta se tinha alguém lá em cima, mas ninguém respondeu. Insisti umas quatro vezes, e nada. Também não quis subir para verificar, pois estava sozinho e poderia ser perigoso.

Achei estranho e fui embora.

A noite chegou, mas não comentei nada com meu tio por surgir outros assuntos.

Então no outro dia eu estava andando por lá novamente, e os dois Rottweilers do meu tio (o Titã e o Thor) me acompanharam, não sei porque.

Onde eu ia, eles iam também. Achei até legal, pois eu brincava com eles e eles retribuíam as brincadeiras durante o caminho.

Então resolvi ir até o galpão dar outra olhada, pois estava "escoltado" com os dois Rottweilers, então fiquei mais tranqüilo.

Logo quando entrei no Galpão, os dois Rottweilers ficaram todos os dois com os pêlos arrepiados e começaram a rosnar, como se tivesse alguém lá dentro.

Para dizer a verdade, até eu fiquei com medo, vendo aqueles dentões para fora.

Então entrei mais um pouco e fui investigando o local, sendo que os dois cachorros estavam altamente alertas, parecendo que estavam percebendo algo.

Quando estava no meio do Galpão de novo, ouvi aquela voz novamente vindo lá de cima.

Naquele momento, os dois Rottweilers foram correndo e subiram a escada que levava até a parte de cima do galpão. Eu fiquei embaixo observando.

Só escutei os dois Rottweilers correndo de um lado para o outro lá em cima e uma barulheira geral.

Pensei: Pegaram alguém lá.

Então eu peguei um lampião que tinha lá embaixo e subi para ver. Por precaução tinha levado um isqueiro comigo, caso precisasse acender uma vela ou lampião.

Quando cheguei lá em cima, vi os dois cachorros parados em um canto avançando em algo que eu não via. Parecia que estavam acuando alguém, pois os dois ficavam lado a lado, tipo empurrando alguém no canto. Mas não tinha nada lá aparentemente. Aí eu abri uma janela que tinha do lado e iluminou todo o lugar. E quando eu olhei, verifiquei que não tinha nadinha de nada lá. Olhei por toda a parte e nada.

Com a claridade os cachorros se acalmaram um pouco, mas os seus pêlos estavam arrepiados ainda.

Eu fiquei preocupado assim mesmo.

Então desci e voltei para a casa principal, com os cachorros atrás de mim.

Contei para o meu tio o que tinha acontecido e ele me disse que naquele galpão tinha morrido alguém assassinado muitos anos atrás e que de vez em quando até ele ouvia barulhos por lá, e tinham pessoas que já viram até vultos no lugar nos horários mais da noite.

Bem........eu nunca mais voltei naquele Galpão, mesmo com a escolta dos dois Rottweilers do meu tio, e também não fiz questão de descobrir quem ou o que estava morando no andar de cima daquele Galpão.


Antonio Carlos - SP - Osasco