Sítio das coisas

Bom, o que eu tenho para contar, não sei se posso dizer que é de fantasmas, mas tenho certeza que é uma coisa do outro lado!

Minha avó paterna, ainda viva, conta muitas histórias do seu sítio (que ainda é seu), espero conseguir deixar claro tudo o que aconteceu e ainda acontece por lá, o mais breve possível.

O sítio fica na serra do mar, para chegar lá é somente por meio de trem, ou então por uma estradinha que sai da cidadezinha, mas mesmo depois de subir por esta estrada cerca de 3Km, onde não há casas, você ainda tem que andar pelo trilho de trem mais 2Km, imagine o quão afastada é! Lá em nenhum momento nós netos deixamos que instalassem luz ou telefone, não queremos nos lembrar do mundo quando estamos lá.

Bom, vamos às histórias!

Uma destas "sempre" acontece na sexta-feira da paixão, um homem que mora com sua família no começo da estrada de chão diz que em uma das pedras que tem por lá (em forma de baú), acontece uma espécie de ritual, ele não sabe dizer o é realmente. Ele diz que à meia noite deste dia, várias pessoas bem iluminadas partem de uma pedra (que chamamos do amor) atravessa por frente da casa lentamente até a pedra baú (que chamamos por parecer um), faz um circulo e começa a cantar, uma espécie de musica horrorenda, a qual somente ele escuta! Depois disso a pedra se ilumina meio que amarela e todos entram nela. Isso faz com que ele se arrepie todo e que seus animais da fazenda uivem (quem uiva) choraminguem em fim, mas só depois de entrarem (os carinhas) na pedra. Quando minha avó cismada com o que ele sempre afirmava, resolveu levar um pessoal especializado para dar um jeito na pedra, tentaram explodi-la mas nada e foram embora sem sucesso, meus tios fizeram fogueira e nem sequer ficou a marca deixada pelas cinzas, nada nem conseguir tirar lascas..... nada!

Depois destas tentativas em vão, coisas começaram a acontecer por lá, coisas como verem olhos vermelhos na janela da sala ou da cozinha envolta por uma fumaça negra, quais sumiam como poeira no vento, estes mesmos olhos depois de mudarem as janelas andando no mato nos luais que faziam, onde todos corriam para dentro de casa e nem no banheiro que ficava à metros da casa ninguém ia. Acham que tem algo valioso lá, ou então sua morte (a do senhor que vê tudo).

Numa noite, como tinha que ser para tomar banho, um tomava banho enquanto outras duas pessoas seguravam uma espécie de regador com a água quente, essas eram minhas tias que enquanto faziam isso, escutaram uma barulho perto da pedra do amor e viram muitos olhos vermelhos vindo em suas direções, é claro que saíram correndo deixando minha avó que foi só lembrada quando o pânico passou. Foram todos que estavam na casa buscá-la, mas ao chegarem mais um susto, ela estava desmaiada toda cheia de marcas de arranhões, estes que pareciam ser humano. Ao contar o que ela lembrava ela disse que havia visto os olhos descendo o morro, apressou para terminar, mas não disse nada para assustar minhas tias, quando percebeu que elas não estavam ali sentiu um calor perto dela e não lembrava de mais nada, até ser acordada!

Ela conta-nos que meu avô teve o derrame que poucos dias lhe causou a morte porque viu estes olhos dentro do quarto em cima da cama que meu pai dormia, e na manhã ainda assustado antes de abrir a casa olhou pelos pequenos cômodos, quando voltou para o quarto escutou um shhhhh, quando viu tinha uma cobra no meio do pé do meu pai com os mesmos olhos vermelhos e totalmente desproporcional à ela, ele catou meu pai, mesmo sem pensar no que a cobra poderia fazer e saiu do quarto, quando ele voltou poucos segundos depois ela não estava lá, não estava em lugar nenhum..... quando ele sentou na cama para pensar no que aconteceu ele teve seu primeiro ataque.... depois disso a única coisa que ele falava era "os olhos vermelhos da pedra vieram me buscar"!!!! Pouco dias depois morreu de derrame, só falando dos olhos vermelhos.

Minha história é um pouco longa mas é real! E essas foram só uma das coisas que aconteceram lá, e que ainda acontecem, agradeço por lerem meu conto, não de fantasmas mas sim do sobrenatural!


Val - PR - Curitiba