Possível possessão?

Eu gostaria de falar sobre uma experiência que eu tive uma vez com uma dessas brincadeiras do copo, de quando eu tinha 19 anos. Agora eu tenho 34.

Me desculpem se for um pouco longa.

Tudo começou quando eu encontrei alguns amigos, Danilo e Anderson, que eu conheci em um bar local. Era uma noite calma e o meu pessoal ainda não tinham chegado e esses dois caras começaram a me falar sobre uma festa que eles estavam preparando para aquela noite na casa do Anderson, já que os pais deles estavam viajando. Eles tinham dado um tempo de preparar a festa para relaxar um pouco no bar. Então, antes de eu notar, já estava indo para a casa do Anderson para a festa junto com eles.

Depois de uma hora ou mais a festa começou a ficar devagar e apesar de ter umas 20 pessoas lá, alguns subiram para descansar um pouco e alguns foram embora para casa. Eu estava para ir embora quando Danilo sugeriu fazermos a brincadeira do copo. Apesar de eu ter uma mente aberta, eu sou extremamente cético sobre coisas do paranormal e parecidas com isso, então eu pensei "por que não?"

Cerca de cinco pessoas se juntaram ao redor da mesa com os pedaços de papel e o copo na nossa frente. Anderson falou que ele ia ser o "controlador" do copo e que ele ia ser o canal pelo qual o espírito se comunicaria conosco. Todos encostaram no copo de leve com a ponta do dedo e Anderson fechou os olhos e pediu para algum espírito falar conosco.

Quase que imediatamente, o copo começou a se mexer devagar, fazendo pequenos círculos. Ninguém estava fazendo força com o dedo em cima do copo e ninguém parecia estar movendo ele, más lá estava, o copo se mexendo na frente dos meus olhos! Anderson perguntou se tinha alguém lá e o copo quase que voou para o SIM. Foi como se alguém tivesse empurrado ele pela mesa. Isso era quase impossível, já que todos nós estávamos encostando o dedo no copo bem de leve, mas mesmo assim eu ainda achava que estava sendo vítima de alguma piada. Anderson perguntou com quem estávamos falando e o copo soletrou rapidamente H-I-T-L-E-R.

A essa hora eu já tinha certeza que era alguma piada e comecei a rir. Assim que eu comecei a rir o copo voou da mesa e acertou a parede, e eu parei de rir. Danilo e Anderson ficaram bravos com isso e falaram que se eu quisesse continuar, teria que levar aquilo a sério. Eu concordei e nós recomeçamos. De novo nós obtivemos "Hitler" e começamos a perguntar todo tipo de perguntas, para o qual as respostas pareciam ser um pouco duvidosas. Danilo e Anderson falaram que parecia que nós estávamos falando com um espírito apelidado de "O Piada" com quem eles já tinham falado muitas vezes antes, e finge ser outras pessoas com quem você quer falar, fazendo você pensar que são elas, e não ele. Nós falamos com esse espírito por uma meia hora, então terminamos a sessão e fomos beber algo.

Cerca de meia hora depois um dos caras me perguntou se tinha alguém que eu queria contatar, e como o meu avô tinha falecido no ano anterior e como que queria realmente saber se aquilo tudo era embolação ou não, nós arrumamos tudo de novo e recomeçamos, dessa vez pedindo para falar com o meu avô. Depois de cerca de cinco minutos sem que nada acontecesse, eu estava convencido de que tudo não passava de uma brincadeira e estava para tirar o meu dedo do copo quando ele começou a vibrar. Não estava se movendo, estava vibrando. Anderson perguntou se era o meu avô, o copo disparou para o SIM. Essa era a minha chance de realmente testar se era uma brincadeira ou não, então eu pedi uma prova de que era realmente o meu avô. Eu perguntei o nome da minha avó, que é Débora. O copo foi sem hesitação para o D, eu quase caí da cadeira! Eu estava meio assustado quando ele seguiu para o E. O pessoal perguntou se estava certo, mas pela cara que eu estava fazendo eu não precisei responder. Eu estava branco feito um lençol e tremendo feito vara verde. Então ele seguiu para o N e acabou soletrando D-E-N-I-S-E e eu me acalmei de novo.

Danilo ficou realmente bravo porque parecia que tínhamos pegado o mesmo espírito de novo, então ele xingou o espírito e falou para ele ir embora. Isso pareceu enfurecer o espírito e o copo começou a fazer círculos muito rápido. Anderson perguntou com quem estávamos falando de novo e o copo só continuou rodando. Finalmente depois de muitos pedidos para se identificar o copo foi de repente para o S e parou. Nós fiamos com o dedo no copo por mais um tempo sem nada acontecer. De repente o copo foi para o A, depois T e A de novo. Tinha formado SATA (Satã). Danilo sugeriu imediatamente que terminássemos a sessão e todos tiraram o dedo do copo, menos Anderson. Os olhos dele viraram para cima ficando só a parte branca à mostra, e ele estava murmurando algo que não dava para entender. Eu estava pensando que aquilo era uma armação muito bem feita ou que era realmente real.

De repente Anderson se levantou, empurrando a cadeira dele violentamente para a lareira e correu da sala. Todos nós ficamos lá sentados olhando um para o outro pensando no que fazer. Então ouvimos um grito vindo do andar de cima e corremos para lá ver o que estava acontecendo. Nós abrimos a porta de onde veio o grito e vimos Anderson apertando com as mãos no pescoço de uma menina da festa e duas amigas dela tentando tirar as mãos dele, mas sem sucesso. Ele até que era grande, mas elas não conseguiram nem mover um pouco ele. Nós quatro que estávamos na mesa pulamos em cima dele e conseguimos arrastar ele de lá e quando ele soltou o pescoço da menina, deu pra ver grandes marcas vermelhas deixadas pelos dedos dele. Isso tudo não era brincadeira nenhuma, ele realmente estava tentando machucar a menina. Anderson estava louco! Ele gritava, xingava e se esperneava enquanto arrastávamos ele para fora do quarto e o seu rosto estava totalmente vermelho e ele parecia estar furioso. Ele até tentou morder a gente enquanto arrastávamos ele escada abaixo. Uma coisa que realmente me convenceu de que aquilo não era brincadeira alguma foi que enquanto arrastávamos ele, a calça dele se soltou e foi caindo no chão, levando junto a cueca, mas ele não fez nada quanto a isso, não tentou esconder as suas partes, mesmo tendo um monte de mulheres presentes. Se fosse alguma brincadeira ele estava disposto a se humilhar para ela funcionar. Ele estava mais preocupado em machucar a gente do que em tentar se vestir.

A essa hora já havia seis pessoas segurando ele, enquanto ele tentava se soltar e cuspia na gente, xingando todo mundo em volta. Nós jogamos água nele e batemos no rosto dele várias vezes, mas ele ainda lutava pra se soltar com toda a força dele. Danilo decidiu que a única maneira de fazer ele parar com tudo aquilo era quebrando o copo que ainda estava na mesa. Então ele pegou o copo foi até o quintal e jogou o copo com tudo no chão de cimento, mas o copo QUICOU! Depois de mais umas três ou quatro vezes com ele tentando quebrar o copo, alguém apareceu com um martelo, e ai sim nós conseguimos quebrar o copo. Imediatamente a confusão toda parou e a única coisa que restou foi Anderson no chão perguntando porque estava todo mundo segurando ele.

Eu sei que isso parece um roteiro de um filme ruim de terror, mas realmente aconteceu do jeito que eu contei. Eu sei que tudo começou em um bar e continuou numa festa com bebida alcoólica, mas ninguém estava visivelmente bêbado na minha opinião e apesar de que por um tempo eu pensei ser alguma brincadeira de mau gosto, agora eu sei que não era.

As vezes eu ainda esbarro com o Danilo no bar e eu sempre tento fazer ele admitir que tudo não passou de uma brincadeira, falando que eu não estou bravo e que admiro eles continuarem admitindo que tudo aquilo foi real por tanto tempo, mas ele só ri e fala que não acredita que eu ainda ache que aquilo tudo ainda foi uma piada. Ele falou que o Anderson se mudou pouco tempo depois e que nunca mais viu ele. Porque ele continuaria com a farsa? Eu sei que eu nunca mais fiz a brincadeira do copo de novo.


Antônio - SP - Osasco