Nós não éramos os únicos inquilinos naquele apartamento

O meu namorado e eu moramos no nosso último apartamento por dois anos e meio. Nesse tempo todo aconteceram algumas coisas inexplicáveis por lá. Eu só vou falar sobre algumas das coisas que aconteceram lá.

A primeira coisa que eu me lembro foi um dia em que eu e o meu namorado estávamos sozinhos em casa, no pequeno corredor do lado da porta fechada do quarto, e ouvimos três batidas na porta, vindas do lado de dentro. Nós nos olhamos e eu falei "eu não vou entrar ai dentro!" O meu namorado abriu a porta e entrou. Não tinha ninguém lá dentro e não vimos nada que poderia ter causado aquele barulho.

Outra coisa estranha que aconteceu, era 3am. Nós estávamos dormindo e fomos acordados pelo meu cachorro, latindo feito louco e rosnando. O cachorro dorme na cama com a gente e estava de pé no pé da cama, encarando a parede. Nós tínhamos um aquário com peixes no quarto, que tinha uma luz dentro e que acabava iluminando um pouco o quarto. Nós não vimos nada na parede que poderia estar fazendo ele latir e rosnar feito louco. Nós acalmamos ele o melhor que podíamos e conseguimos fazer ele sentar na cama, mas ele não deitava. O tempo todo que eu fiquei acordada depois (uns 30 minutos), ele ficou sentado, encarando a parede, e rosnando baixo. Depois de algum tempo, eu acabei dormindo, mas cerca de uns 40 minutos depois, eu e o meu namorado acordamos pelo mesmo motivo, o meu cachorro estava de novo latindo feito louco para a parede vazia. Nós acendemos a luz, mas não achamos nada de novo.

Essa foi assustadora, mas a coisa mais assustadora que aconteceu comigo, foi em uma manhã quando eu tinha acabado de acordar e estava deitada na cama com as costas viradas para a porta. Eu ouvi o meu nome, mas parecia que alguém tinha arrotado ele. "Julia." Sabe quando alguém fala alguma coisa arrotando? Então, foi desse jeito. Eu me virei para falar para o meu namorado que ele era um porco, mas não tinha ninguém lá. Então eu percebi que eu conseguia ouvir o meu namorado no chuveiro. Eu corri para fora do quarto (é estranho como você pode ficar tão assustada quando você espera que algo vá acontecer... eu achei que a porta do quarto ia se fechar antes de eu chegar nela, mas graças adeus que não aconteceu nada). Eu entrei no banheiro e contei o que tinha acontecido para o meu namorado e fiquei lá até ele acabar o banho dele. Eu fiquei bem assustada com aquilo.

Uma outra coisa estranha foi quando nós estávamos tomando conta do cachorro na mãe do meu namorado enquanto ela viajava. Era uma poodlezinha. Eu estava sentada na sala vendo TV e ela estava lá comigo. O meu namorado estava na cozinha preparando a comida dela. Ele chamou ela para comer e ela foi. De repente ela parou e começou a choramingar, olhando para o canto da sala. Eu vi ela fazer isso e o tempo inteiro eu fiquei procurando por algo que ela pudesse estar vendo algum inseto ou coisa parecida. Então ela se sentou e levantou a pata da frente como se tivesse pedindo comida. Então ela ficou de pé de novo e literalmente voou para fora da sala. Eu nunca vi um cachorro correr não rápido. Isso tudo aconteceu e eu não vi nada que poderia ter causado aquilo, nada.

A última coisa que eu vou falar foi algo que nós realmente vimos. O meu namorado e eu estávamos sentados no sofá da sala assistindo um filme na TV. Só tem uma janela lá, que na verdade é a porta de vidro da varanda, do lado da televisão. Do outro lado dessa porta de vidro tem uns trinta centímetros entre ela e a porta de entrada. Com a minha visão periférica eu vi algo brilhando nessa parte entre a varanda e a porta de entrada. Eu olhei para lá para ver o que era e era uma bola meio vermelha alaranjada do tamanho de uma bola de tennis. Eu olhei atentamente enquanto ela ia descendo e atravessava o chão, indo para o apartamento de baixo. Eu fiquei totalmente sem fala, eu olhei para o meu namorado e ele falou para mim "você viu aquilo?" Eu não conseguia responder para ele. Eu sei que não havia explicação racional nenhuma para aquilo. Não era luz de fora, já que estava do lado da janela, onde a luz que vem de fora não alcança, e não tinha nenhuma outra fonte de luz na sala, além da TV, que estava do outro lado da janela e virada para a gente.

Nós não moramos mais naquele apartamento... mas só porque nós queríamos um lugar maior. Nós nunca nos sentimos ameaçados (a única vez que eu me senti um pouco ameaçada foi o dia em que aquilo arrotou o meu nome). Mas muitas outras coisas aconteceram lá dentro, como lugares mais frios sem motivo para estarem mais frios e a sensação de estar sendo observada.


Júlia - MG - Juiz de Fora