Livros assustadores e outras estórias

Bem, eu não sou muito do tipo de pessoa que acredita em bonecas fantasmas ou possuídas. Primeiro, porque existem "n" explicações pra brinquedos funcionarem sozinhos como, por exemplo, a própria estática ou a maleabilidade dos materiais como intumescência ou atrofiamento do plástico ou da borracha.

Contudo, cito alguns episódios que embora eu creia que não sejam de fato sobranturais, mas que assustariam qualquer pessoa, e eu mesma fiquei terrificada com os episódios e o susto que levei.

O primeiro faz alguns anos, e tinha ganhado uma coleção de livros infantis, cuja célula musical acionava assim que a capa do livro fosse aberta. Para carregar esta bateria, era necessário deixar o livro aberto sob o sol por algumas horas. Mas, certa noite, eu acordei com um livro deste tocando sem parar. Um detalhe, a musica só tocava uma vez, não ficava repetindo como acontece em alguns cartões chineses de datas comemorativas.

Até então, tudo bem, eu coloquei o livros no quintal para não atrapalhar o sono de ninguém. Passados alguns dias, minha mãe ficou com pena guardou a caixa de livro no quarto dela. Passados alguns dias, de novo o livro da estória da "Cachinhos de Ouro" desatou de novo a tocar. Só que, se fossem abertos, eles paravam, ao contrario do acionamento da célula. E foi assim a noite inteira, uma perturbação total.

Então deixamos que as baterias acabassem, e não mais colocamos os livros no sol para recarregar. Até que infelizmente elas pararam de tocar totalmente. Elas nunca mais recarregaram completamente e estragaram de vez. Passados alguns anos, de novo de noite, todos os livros já estragados começaram a tocar, mas desta vez foi toda a coleção ao mesmo tempo.

É claro que ninguém entendeu, mas nós não corremos para atear fogo nos livros, até porque isso é coisa de gente ignorante, e nossa ignorância não chega a tanto. Minha mãe tem os livros até hoje, e já os utilizou diversas vezes quando dava aulas. Mas volta e meia eles desatam a tocar sozinhos durante a noite, mas como ninguém dá bola, eles param sozinhos. Afinal nunca nenhum espírito tocou neste assunto, nem se manifestou, se incorporando em alguém, nem ninguém "ficou possuído" por eles. E olha que ocasião para isso eles tiveram.

O segundo caso foi um Macaco que cantava "Macarena", também de origem chinesa. Este macaco tinha uma célula que acionava quando alguém gritava, batia palmas, espirrava, enfim, era só ocorrer algum ruído alto. A gente até se divertia com os cães e gatos que o acionava e saíam correndo assustados com o boneco. E de novo à noite, sem mais ou nem menos o macaco começa a acionar e cantar "ê ê ê Macarena, hay!". De novo aquele susto, acorda, acende a luz, tira as pilhas e guarda de novo. Ta tudo bem, os produtos chineses mesmo são em sua maioria uma verdadeira porcaria, mas, o problema foi outro: o macaco começou a dar um "pics" e abria a boca um pouco, sem pilhas! Estática? Naturalmente que sim. Eu, ainda sonolenta e com raiva de estar perdendo sono precioso, peguei o brinquedo e fiquei olhando de perto para me certificar de fato se ele mexia mesmo a boca. E o macaco: "Pic!" E ainda deu uma tremidinha! Claro que eu fiquei pasma, mas eu o guardei novamente. E infelizmente ele nunca mais voltou a cantar. O que é uma pena, se um dia eu o consertasse, seria um belo brinquedo para dar aos meus futuros netinhos. Mas mesmo assim, com defeito, um dia eu contarei para meus descendentes a macabra estória da dançarina que se chamava Macarena, mas que um dia ela foi na sua festa de aniversário, o bolo era enfeitado pela Hello Kitty. E na festa serviam guaraná Dolly e Coca-cola, com sanduíches de maionese Helmans. Ela ganhou uma caneta Bic e uma boneca da Xuxa, mas naquele dia os Maçons mancomunados com os Iluminattis resolveram criar um terremoto, com a ajuda dos Estados Unidos, mas aí o Papa com sua coroa de 666... xí, a estória vai ser longa...


Jaqueline Cristina