Checando a gente

Quando eu tinha 12 anos, a minha família (o meu irmão, eu a minha mãe e o meu padrasto) nos mudamos para uma casa bem pequena em Santa Catarina. A casa ficava localizada no kilômetro 4 de uma estrada de terra de 10 kilômetros, que passava pela comunidade em que vivíamos.

A casa para que mudamos era pequena, com dois andares, em cima tinha um quarto pequeno e o banheiro e em baixo tinha um ambiente grande que era a sala, cozinha e quarto dos meus pais e do meu irmão. O quarto de cima ficou para mim, já que só caberia uma cama pequena nele e eu estava naquela idade em que um pouco de privacidade era muito bem apreciada.

Eu tinha ganhado um velho baú de madeira de um amigo da família, e quando nós chegamos na casa eu enchi ele com as minhas coisas. Precisou do meu pai e outra pessoa bem forte e muito empurra e puxa para conseguir colocar aquele baú lá em cima. Ele era tão pesado!

Então, é aqui que começa a minha história de fantasma. Quem me contou isso tudo foi o meu pai já que eu estava dormindo quando tudo acontece, e graças a Deus eu estava dormindo, se não eu teria pirado completamente.

Meu pai falou que nós tivemos um "visitante" já na primeira noite em que nos mudamos. Ele falou que o "visitante" mexeu em alguns papéis, olhou em algumas caixas e sacolas, e até moveu o meu baú que estava no segundo andar, do meu lado! O meu pai falou que ouviu ele sendo arrastado pelo chão e não podia acreditar, já que era tão pesado.

O meu pai falou que o fantasma estava provavelmente checando a gente, vendo quem nós éramos, quem era o pessoal que estava entrando no território dele. Esse fantasma não aparecia muito enquanto estávamos nessa casa, mas depois de um ano nós nos mudamos para uma casa maior, cerca de 2 kilômetros mais adiante na mesma estrada, foi que alguém viu o "Curioso" (o apelido que o meu pai colocou nele). Tudo o que eu posso dizer é que eu agradeço a Deus por dormir feito uma pedra e nunca ter visto o Curioso em pessoa!!!


Adauto - SC - Laurentino