Casa amaldiçoada em Pilar do Sul - Parte III

Este é o terceiro e último relato que irei contar, porque depois do que me aconteceu jurei nunca mais retornar àquele local assombrado. Fomos em 8 pessoas, eu a Giovana (minha namorada), Ronaldo (meu irmão), Denise (namorada do meu irmão), meu pai, minha mãe, e um casal de amigos nossos, Guigo e a Julha.

Todos nós sabíamos do que ocorria naquela casa, apesar de sempre ficarmos assustados, nós estávamos indo para fazermos uma pequena reforma, já que meu pai queria vender a chácara. Logo que chegamos não notamos nada diferente, o dia correu normalmente, mas com o cair da noite...

O dia havia sido pesado devido ao serviço que estávamos realizando, era aproximadamente 19:30 quando a primeira a gritar foi minha mãe, dizendo que havia visto a "mulher chorosa" (era assim que apelidamos aquela figura sombria) encarando-a enquanto ela assava um bolo no fogão a lenha, a Gigi e a Deise estavam na piscina e não viram ou ouviram nada, nem nós.

Depois de acalmamos a minha mãe, foi a vez do meu irmão, só me lembro de ouvir seus gritos e ele correndo pelo corredor enrolado somente na toalha, dizendo que havia visto a mesma mulher pelo espelho embaçado do banheiro, aquela figura sombria estava encarando-o ameaçadoramente. Tudo isto ocorreu ainda no sábado, fui dormir era aproximadamente 1:30 da manhã, estávamos dormindo na sala, enquanto que as meninas dormiam no quarto, meu pai e minha mãe no quarto ao lado, de repente comecei a sentir um vento gelado na altura da nuca, como se alguém estivesse assoprando meu pescoço, acho que devido ao sono no primeiro momento nem dei muita importância, já que é normal naquela região viradas de tempo repentinamente, quando senti alguém puxando o lençol, virei rapidamente e pude ver a "mulher chorosa" sentada na beira do meu colchão, me encolhi o máximo que pude e prendi a respiração, ela levantou-se e então pude perceber que ela não andava e flutuava, flutuou até onde eu estava encolhido abaixou-se lentamente e encarava-me de um modo assustador, eu tentava gritar, mas minha voz havia congelado, aquela mulher mudou de fisionomia completamente o que era de ameaçador parecia ter passado a ser dócil e amável, achei aquilo muito estranho, mas acho que o Guigo a assustou, quando ele a viu bem próximo de mim ele deu um grito de pânico e ela novamente passou a ficar ameaçadora, e foi embora atravessando a parede. Não consegui dormir o resto da noite.

No Domingo, eu estava com muito sono, e para minha sorte, o tempo estava horrível, então aproveitei para dormir, deitei na cama de casal dos meus pais, e rapidamente peguei no sono, senti alguém acariciando meus cabelos, abri os olhos e era minha namorada, que havia se deitado na mesma cama, voltei a dormir. Senti novamente meus cabelos sendo acariciados, mas desta vez diferente, eu sentia-me estranho era um carinho como eu nunca havia sentido antes, percorria toda minha cabeça até tocar a ponta da minha orelha, a Gigi estava muito gelada, virei-me para lhe beijar e para meu espanto era a "mulher chorosa" fiquei petrificado, ela encarava-me de uma forma maternal, não sei explicar, mas o seu semblante era horrível, eu não me importava de ser molestado por um fantasma, me importava sim pela feiúra dela, a Gigi entrou pelo quarto novamente e deu um grito assustando todos nós, a entidade atravessou a parede e sumiu. Eu nunca entendi o porque aquele fantasma parecia gostar tanto de mim, nem faço questão de saber o porque, e pela graça de Deus me pai conseguiu vender aquela casa assombrada, comprando com o dinheiro um apartamento em Boracéia, até o momento não apareceu nenhum fantasma lá na praia, ainda bem.

O pior de tudo isso, é ficar ouvindo gozações dos amigos, dizendo que eu fiquei xavecando o fantasma.


Ricardo - SP - Sto. André