De 1978 a 1982 morei em um apartamento em Santo Amaro, bairro aqui da cidade de São Paulo.Era em um conjunto de prédios próximo à Avenida das Nações Unidas.Não vou dar o endereço completo, apenas seu número, apartamento 22.
O apartamento era enorme, do tipo que não se constrói mais em bairros como Santo Amaro, de três quartos, e muito antigo já naquela época.
Engraçado que no primeiro ano não reparei em nada estranho, até que ganhei de natal um brinquedo chamado Pega-Pega Troll.Os mais antigos conhecem, mas para resumir,era mais ou menos igual a um Autorama, onde o objetivo era um carrinho perseguir o outro. Brincamos muito, eu e minha irmã e fomos dormir, e o brinquedo ficou montado no outro quarto, que era uma espécie de dispensa.
Durante a noite minha irmã e eu começamos a ouvir um barulho alto e irritante. Ouvimos um pouco mais e percebemos que era o brinquedo, funcionando sozinho! Dava para ouvir sem medo de errar os carrinhos correndo e se batendo...
Assim que levantamos da cama o barulho parou. Fomos olhar e todo o brinquedo estava na mesma posição que deixamos. Depois disso, passou a ser comum ouvir a televisão se ligar sozinha durante a noite. (televisões antigas, logicamente sem recursos como timer).
Uma noite eu estava assistindo "O Grande Ditador". Desliguei a TV e fui dormir antes do final do filme, porém pude ouvir todo aquele discurso final de Chaplin da minha cama. Reparei que não podia deixar um filme pela metade, pois a TV sempre se ligava sozinha nestes casos.
Diversas vezes a maçaneta da porta de entrada se movia violentamente. Impossível que houvesse alguém do lado de fora, pois seria fácil ouvir passos na escada, que era muito próxima da porta.
Eu e minha irmã somos bem alérgicos, e na época cada um usava um tipo de descongestionante nasal, que ficava ao lado da cama. Certa manhã acordei com o remédio dela ao meu lado. Quando fui falar alguma coisa, ela me disse: -Kleber, o que seu remédio está fazendo comigo? Quando tomamos pé do ocorrido, imediatamente encerramos o assunto.
Depois que nos mudamos tive vários pesadelos em que havia voltado a morar lá. Nunca soube o que acontecia naquele lugar.
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Kleber Lopes Galvão - SP - São Paulo