Em 26 de Julho de 2002 minha irmã do meio, então com 39 anos, faleceu em um trágico acidente de carro. Foi uma dor muito grande que abateu-se sobre nossa família já então tão reduzida: somente meus pais e mais uma irmã.
Passados alguns meses, mais precisamente em Dezembro de 2002 (4 meses) eu estava a ponto de enlouquecer pensando em tudo que havia acontecido, como era trágico meus sobrinhos ficarem órfãos e tantas outras coisas que rodam nossa mente.
Em um Domingo a tarde meu filho mais velho (6 anos) estava na casa de uma amiga e minha filha mais nova (2 anos) estava dormindo. Depois de limpar a casa deitei-me um pouco na minha cama, eram mais ou menos umas 14:30, o sol a pique já que era verão, a janela do meu quarto estava entreaberta deixando entrar bastante luminosidade e a TV estava ligada.
Cochilei e de repente a voz de uma mulher cantando me acordou. Era minha irmã parada ali, no pé da cama. Senti meus olhos ficarem estatelados! Então ela deitou-se debruçando um pouco sobre mim. Ela usava uma camisa vermelha de gola alta e uma calça "black jeans", cheguei a ver os detalhes da costura do bolso da calça (era five pockets), os cabelos soltos de franjinha e muito brilhantes.
Então consegui falar: " - Mas Lilian, você morreu!..."
Ela abriu um sorriso e balançando a cabeça respondeu:
"- Não morri não! Eu to aqui, eu to aqui...."
Pensei: Se ela está aqui eu posso tocá-la. Fui levantando devagarzinho para beijar seu rosto e ao chegar a alguns centímetros dela ela se desfez em uma espécie de nuvem cinza, menos espessa que fumaça de cigarro e mais parecida com nevoeiro cinza, quase uma sombra.
Aí sim eu pulei da cama como aquela sensação de estar caindo de algum lugar bem alto.
Acreditem: Minha irmã já apareceu em sonhos de outras pessoas afirmando que não morreu, ela era extremamente teimosa e eu acho que ela não se conforma até hoje do modo estúpido como morreu.
Há vida depois da morte, eu acredito.
Nadja - São Paulo - SP