A casa de minha avó

Bom, eu, graças a Deus, nunca presenciei nada do que vou relatar, mas várias pessoas de minha família e outras pessoas não tiveram a mesma sorte que eu. Tudo se passou na casa de minha avó materna.

Minha vó mora nessa mesma casa há mais de quarenta anos e a casa é MUITO antiga mesmo, nunca passou por uma reforma e é um pouco grande, o quintal é bem grande, tem várias árvores, entre elas um limoeiro (que teve algo paranormal, contarei mais pra frente).

A primeira e mais antiga história minha mãe sempre conta, apesar dos protestos de minha vó que não queria que fosse contado, pois tinha medo de assustar eu e meus irmãos.

Ela conta que quando tinha uns 15 anos ela namorava um rapaz. Saíram ela, o namorado, minha tia com o namorado, e minha vó. Quando voltaram e abriram a porta da cozinha (que é a entrada da casa) não acreditaram no que viram: as cadeiras estavam flutuando no ar e no momento que viram, elas caíram repentinamente no chão! Pena que o desenrolar da história eu nunca soube, mas é de se imaginar como ficaram todos assustados. Mas isso ainda foi pouco.

Nós somos ao total seis primos e eu era o caçula. Como nós sempre fomos muito unidos, sempre combinávamos de passar o fim de semana na casa dela e dormíamos sempre todos no mesmo quarto. Eu, minha vó e minha prima na cama e meus dois primos que eram mais velhos dormiam no chão. Por vários anos foi assim. Mas minha vó passou a dormir sozinha aos finais de semana depois que algo assustador aconteceu com meu primo do meio.

Num desses finais de semana, não lembro ao certo o que aconteceu, que só esse meu primo pôde ir pousar lá na casa, então ele ao invés de dormir no chão, dividiu a cama com minha vó. Tudo estava normal quando no meio da noite minha vó acorda com um grito de pavor: era meu primo! Assustada, minha vó perguntou o que tinha acontecido e ele, chorando em pânico, só conseguiu falar que PUXARAM SEU PÉ! Como o interruptor fica longe da cama, alguém tinha que ir acender a luz, mas meu primo não tinha coragem de se levantar, só conseguia chorar e gritar. Minha vó então levantou-se e acendeu a luz, olhou embaixo da cama e, claro, não havia ninguém nem nada lá. Então os dois saem do quarto e vão para a cozinha para meu primo beber água e tentar se acalmar. Ele dizia que era uma mão muito áspera que havia o puxado. Quando ainda estavam conversando sobre o ocorrido, eles começaram a escutar o interruptor da sala (que fica do lado do quarto) a ligar e desligar rápido e sem parar. Ficou assim por alguns segundos até parar. não conseguiram mais dormir.

Eu nunca tive nada desse tipo, mas me lembro bem de uma noite, antes de conseguir dormir, ter ouvido o portão se abrir (ele faz um pequeno "gemido" quando se abre) e eu achei que fosse um de meus primos chegando do baile. Daí eu tive claramente a 'sensação' de alguém vindo se aproximando da janela pra bater nela (sempre quando chegavam do baile eles faziam isso mesmo pra abrirem a porta) mas não bateram. E eu tinha CERTEZA que tinha alguém parado diante da janela. Nem preciso dizer que nenhum dos primos voltou a dormir lá depois da história da mão...

Como eu disse anteriormente, a casa é meio grandinha e teve uma época que minha vó começou a alugar dois cômodos dos fundos da casa. Passaram vários inquilinos por lá, mas um deles certamente nem sonha em voltar a se hospedar por lá.

Este inquilino tinha fama de ser meio arranjador de confusão e sempre aprontava algumas. Uma noite, no meio da madrugada quando minha vó já tinha ido dormir, ele resolveu roubar limão do fundo do quintal. Não demorou muito e minha vó acordou com berros e foi ver o que estava acontecendo. Ele já estava na cozinha, branco como uma vela, falando que tinha um homem todo envolto em luz embaixo do limoeiro! No outro dia, ele pegou suas coisas e se mandou...

Ainda para ajudar um pouco a atmosfera que ronda aquela casa, uma das inquilinas era macumbeira e vivia fazendo trabalhos no quintal...

Na verdade, ocorreu um fato sim comigo, mas não acredito que seja algo paranormal: logo na entrada da sala (não tem porta, só o buraco onde deveria ter uma) há um quadro que retrata o Menino Jesus, José e Maria. Um dia, logo ao entrar na sala, esse quadro despencou da parede alguns milésimos de segundo que eu passei por ele. Por centímetros ele não cai na minha cabeça.

Minha família achou que fosse algo de ruim que tentou me pegar, mas eu não acredito. Ou prefiro não acreditar. Tirem suas próprias conclusões.

Minha vó já está bem velhinha e deixou no testamento a casa para minha mãe e minha tia. Hoje estou com 21 anos e penso em pedir a casa quando ela se for, para quando eu me casar. Mas será mesmo eu terei coragem em ficar lá?

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Diego - SP - Leme