Seduzida por um fantasma

Conto enviado por: Lídia - SP - São Paulo

Eu escrevi esse conto na forma de uma relato real, mas é apenas um conto. Depois de ler várias histórias em que fantasmas acariciam as pernas, os cabelos de pessoas, em que eles encostam nas pessoas, eu me inspirei para escrever essa história.

A cerca de 4 anos atrás, quando eu tinha 16 anos, a minha família e eu tínhamos acabado de nos mudar para a nossa nova casa. Era uma linda casa de 2 andares, e só precisava de uma pintura e uma faxina para ficar perfeita.

No primeiro dia que ficamos lá, eu me senti um pouco desconfortável, como se tivesse alguém me observando. Eu também senti alguns lugares mais frios pela casa, especialmente o meu quarto. Naquela noite eu não consegui dormir direito. De novo eu sentia muito frio e que tinha alguém me olhando.

Eu apenas ignorei, tentando não pensar sobre isso, achando que era alguma impressão meio boba por estar em uma casa nova. Então eu comecei a ficar sonolenta e estava quase dormindo, quando senti alguém puxar as minhas cobertas e se deitar do meu lado. Eu achei que fosse a minha irmã que estava assustada (como sempre) que veio dormir comigo (o que ela faz sempre que está assustada). Então eu perguntei se era ela e se queria dormir comigo, mas não recebi resposta nenhuma. Então eu senti o ar ficar gelado.

Eu já estava assustada a essa altura, então eu virei o meu rosto (eu estava deitada de barriga para baixo, olhando o lado direito da cama) e eu não conseguia ver nada, estava muito escuro, mas eu senti a respiração de alguém no meu rosto. Eu perguntei de novo se era a minha irmã que estava lá, mas de repente, a voz de um garoto sussurrou no meu ouvido "não, meu nome é Vítor." Eu entrei em pânico, estava em estado de choque! Mas ele falou para eu não me preocupar, que ele não queria me machucar. Eu sentia que ele era um adolescente, quase da minha idade (uns 17 ou 18).

Depois disso eu não senti mais medo. Eu senti ele colocar a mão nas minhas costas, acariciando ela, e beijar ela. Ele era TÃO frio. Eu pensei comigo mesma "Meu Deus! O que está acontecendo? Por que você está deixando isso acontecer? Eu estou sendo seduzida por um fantasma?" Mas eu realmente não estava me importando. Era algo excitante e interessante. Então de repente ele sentou nas minhas costas e começou a beijar a minha nuca, os lábios dele pareciam gelo. Eu estava tão confusa que não sabia o que fazer. Mas eu sabia que tinha que parar aquilo, antes que fosse longe demais.

Então eu pedi para ele parar. Ele se desculpou e então se foi, como se nunca estivesse estado lá. Ele tinha uma voz tão maravilhosa, doce e suave! Depois que eu voltei a mim eu pensei "O que foi que acabou de acontecer?! Será que eu estou ficando louca??" Mas eu sentia que ele era um fantasma bom, e que não queria me machucar. Eu não acreditava no que tinha acabado de acontecer. Pouco tempo depois eu acabei dormindo.

No dia seguinte, eu falei para os meus pais que tinha um fantasma na casa, e assim que eu falei para eles, eles ficaram assustados e falaram para fazermos as malas (eles são muito supersticiosos). Mas eu falei que era um fantasma bom (não falei exatamente o que aconteceu, apenas que eu tinha visto ele e falado com ele e depois ele sumiu na minha frente), que não queria causar mal a ninguém, mas mesmo assim meus pais falaram que não queriam arriscar. Eles acreditaram em mim, porque eu não sou do tipo que sai contando mentiras ou faz esse tipo de brincadeira. Então, depois que arrumamos todas as nossas malas eu fui para o meu quarto dizer adeus ao Vítor.

Eu abri a porta e levei um susto. Eu sabia que tinha um fantasma e tinha sentido ele encostar em mim, mas não esperava ver ele. Mas lá estava ele, debruçado na janela, olhando o mundo lá fora. Quando eu entrei no quarto e fechei a porta, ele se virou na minha direção. Ele tinha nos olhos a expressão mais triste que eu já vi. O cabelo dele era marrom claro, ele tinha cerca de 1,70m, e eu estava certa antes, ele parecia ter a minha idade. Ele era lindo, mas parecia estar muito triste, e por alguma razão estranha eu não sentia medo dele. Eu acenei para ele e movi os lábios dizendo "tchau" sem falar nada em voz alta. Ele simplesmente acenou e foi desaparecendo devagar. Depois disso eu comecei a chorar, pois ele parecia tão triste e sozinho, era como se eu sentisse o que ele estava sentindo.

Cerca de umas duas semanas depois, nós nos mudamos para uma outra cidade (até então estávamos em um hotel) e colocamos aquela casa para alugar, mas antes disso eu consegui falar com a filha do antigo dono da casa, e ela me contou um pouco sobre história da casa. Aparentemente uns 11 anos antes, um garoto de 18 anos se matou lá, depois de descobrir que a noiva dele tinha morrido em um acidente de carro. Agora eu tenho 20 anos e ainda não esqueci daquela noite em que ele me visitou. É algo que eu nunca vou esquecer.